“Quem sou eu?
Ou quem é você que me domina quando eu desisto e perco o controle?
Quem somos nós, que convivemos debaixo do mesmo corpo, dividindo das mesmas angústias e lutando diariamente num incessante jogo baseado na mais irritante erística que não nos fará chegar a lugar nenhum?
O que o mundo nos reserva depois dessa batalha constante entre ser quem eu sou realmente e quem eu teimo em pensar que sou?
Haverá um vencedor nessa disputa de egos, de almas, de espíritos e mais outras tantas áreas desse círculo vicioso que denominam de vida?
Quem irá decidir pelo que deve partir e o que deve permanecer?
Eu?
Você?
Nós?
Acredito que o “nós” soa mais democrático, mais verdadeiro, mais duradouro.
Mas o que será de nós quando nos unirmos numa só persona e reconhecermos que não somos dois, mas apenas um só?
Um só coração, uma só mente. Uma só escolha, uma só consequência. Um só sonho, uma só conquista.
Persistirá essa luz que clareia o caminho até então desconhecido ou diante do primeiro obstáculo ela se apagará como se nunca houvesse existido?
Não sei. Você sabe? Se eu não sei, você também não sabe. Mas agora juntas, unidas na dor e na alegria de sermos quem nós somos, sobreviveremos. E mais do que isso, viveremos. Na plenitude e constância dignas de quem se descobre como pessoa inteira e capaz de seguir em frente convivendo com as mais variadas incertezas que residem dentro de si”.